Wednesday, November 07, 2007

Filosofia: um convite à vida feliz!

O professor de Filosofia da Universidade de Notre-Dame, Tom Morris, num artigo publicado pela revista VOCÊ S/A de agosto de 2000, diz que “se você quer estar preparado para o futuro, é preciso aprender com o passado, pois é lá que estão as mais profundas verdades da natureza humana”. E diz mais “existe muita sabedoria para o futuro dos negócios nas obras dos grandes filósofos, sabedoria a que precisamos prestar atenção e incorporar, se quisermos que o futuro seja o melhor possível” (VOCÊ S/A, p. 55). E é lá no passado, que vamos buscar o arranque necessário para iniciarmos nossos primeiros ‘gatinhos’ na reflexão filosófica.
O Jardim de Epicuro
Epicuro, nascido em 341 a.C. na ilha grega de Samos, teve sua iniciação filosófica dos 14 aos 18 anos na academia de Pânfilo que foi discípulo de Platão. Depois, em 323, por motivos de treinamento militar obrigatório, parte para Atenas, a grande capital cultural da Grécia, onde aproveita para freqüentar a convivência de grandes filósofos da época, seguidores de Sócrates, Platão e Aristóteles.
Entre 311 e 310 tenta fundar sua escola filosófica. Enfrenta obstáculos com as correntes filosóficas já existentes, os aristotélicos e os platônicos, que tentaram o impedir de instalar sua escola. Mesmo assim, ele consegue, e já atrai para junto de si seus primeiros seguidores.
No ano de 306, Epicuro inaugura sua escola em Atenas, onde iria tornar-se celebre e seria reconhecida como “O Jardim de Epicuro”, devido ao imenso jardim que cercava a casa-escola. Enquanto na casa habitavam os mestres, os novos discípulos acampavam em barracas e cultivavam hortaliças nos jardins.
Epicuro morre aos 72 anos de idade, em 270 a.C., e seu fiel discípulo Hermarco foi quem o sucedeu na direção da escola.
‘Carta sobre a felicidade’
“Que ninguém hesite em se dedicar à filosofia enquanto jovem, nem se canse de faze-lo depois de velho, porque ninguém jamais é demasiado jovem ou demasiado velho para alcançar a saúde do espírito. Quem afirma que a hora de dedicar-se à filosofia ainda não chegou, ou que ela já passou, é como se dissesse que ainda não chegou ou que já passou a hora de ser feliz. Desse modo, a filosofia é útil tanto ao jovem quanto ao velho: para quem está envelhecendo sentir-se rejuvenescer através da grata recordação das coisas que já se foram, e para o jovem poder envelhecer sem sentir medo das coisas que estão por vir; é necessário, portanto, cuidar das coisas que trazem a felicidade, já que, estando esta presente, tudo temos, e, sem ela, tudo fazemos para alcança-la”.
Epicuro, descreve, depois deste empolgante convite ao filosofar, alguns pontos que na visão dele são fundamentais para vida feliz:
[1] Em relações à qualidade das nossas crenças: “Os deuses de fato existem e é evidente o conhecimento que temos deles; já a imagem que deles faz a maioria das pessoas, essa não existe: as pessoas não costumam preservar a noção que tem dos deuses. Ímpio não é quem rejeita os deuses em que a maioria crê, mas sim quem atribui aos deuses os falsos juízos da maioria”.
[2] Em relação à qualidade da vida: “Acostuma-te à idéia de que a morte para nós não é nada. O sábio nem desdenha viver, nem teme deixar de viver; para ele, viver não é um fardo e não viver não é um mal, pois assim como opta pela comida mais saborosa e não pela mais abundante, do mesmo modo ele colhe os doces frutos de um tempo bem vivido, ainda que breve”.
[3] Em relação à escolha dos desejos que serão realizados por nós: “Consideremos também que, dentre os desejos, há os que são naturais e os que são inúteis; dentre os naturais, há uns que são necessários e outros, apenas naturais; dentre os necessários, há alguns que são fundamentais para a felicidade, outros, para o bem-estar corporal, outros, ainda, para a própria vida. E o conhecimento seguro dos desejos leva a direcionar toda escolha e toda recusa para a saúde do corpo e para a serenidade da vida feliz: em razão desse fim praticamos todas as nossas ações, para nos afastarmos da dor e do medo”.
[4] Em relação ao verdadeiro prazer: “De fato, só sentimos necessidade do prazer quando sofremos sua ausência; ao contrário, quando não sofremos, essa necessidade não se faz sentir. Embora o prazer seja nosso bem primeiro, nem por isso escolhemos qualquer prazer: há ocasiões em que evitamos muitos prazeres, quando deles nos advêm efeitos o mais das vezes desagradáveis; ao passo que consideramos muitos sofrimentos preferíveis aos prazeres, se um prazer maior advier depois de suportarmos essas dores por muito tempo. Portanto, todo prazer constitui um bem por sua própria natureza; não obstante isso, nem todos são escolhidos; do mesmo modo, toda dor é um mal, mas nem todas devem ser sempre evitadas”.
[5] Em relação ao estilo de vida: “Tudo o que é natural é fácil de conseguir; difícil é tudo o que é inútil. Habituar-se às coisas simples, a um modo de vida não luxuoso, portanto, não só é conveniente para a saúde, como ainda proporciona ao homem os meios para enfrentar corajosamente as adversidades da vida”.
[6] Em relação às virtudes da temperança e da Prudência: “Quando então dizemos que o fim último é o prazer, não nos referimos aos prazeres dos intemperantes ou aos que consistem no gozo dos sentidos. Não são, pois, bebidas nem banquetes contínuos, nem a posse de mulheres e rapazes, nem o sabor dos peixes ou das outras iguarias de uma mesa farta que tornam doce uma vida, mas um exame cuidadoso que investigue as causas de toda escolha e de toda rejeição e que remova as opiniões falsas em virtude das quais uma imensa perturbação toma conta dos espíritos. Assim, de todas as coisas, a prudência é o princípio e o supremo bem; é dela que originam todas as demais virtudes; é ela que nos ensina que não existe vida feliz sem prudência, beleza e justiça, e que não existe prudência, beleza e justiça sem felicidade”.
E vale a pena ainda lembrar como um último item sobre o caminho da felicidade, o que o poeta alemão Johann Wolfgang von Goethe, que viveu no século XVIII, escreveu:
“Quem, de três milênios,
Não é capaz de se dar conta Vive na ignorância, na sombra, À mercê dos dias, do tempo”.
(do mestre :) Fabio Camilo Biscalchin.

CÓDIGOS DE ÉTICA

Nosso tempo exige cada vez mais ética. Por isso mesmo, as empresas e também o setor público criaram seus códigos de ética. Eles proíbem uma série de condutas consideradas imorais. Há muitos casos assim.

RENATO JANINE RIBEIRO Filósofo e professor na USP (http://www.renatojanine.pro.br/)
****************************************
O grande caso de comportamento antiético é o das relações promíscuas entre um funcionário público e uma empresa que ele fiscaliza. É inaceitável. Por isso mesmo, há muitos anos que os servidores norte-americanos são proibidos de receber presentes de qualquer pessoa, acima de um certo valor – se não me engano, cem dólares.
No Brasil, durante o regime militar, o ditador Figueiredo viajou a Buenos Aires e foi presenteado pelo seu colega de plantão na Argentina com um cavalo de raça. Na verdade, o ditador argentino lhe ofereceu a escolha entre três animais; como nosso ditador achou todos eles ótimos, acabou trazendo os três cavalos.
É uma atitude que não se pode aceitar. Já é errado existir uma ditadura – quanto mais, o seu chefe dar com dinheiro de seu povo (no caso, o argentino) presentes a um amigo. Mas também é errado o governante brasileiro ganhar, a título pessoal, mimos que possam influenciá-lo em suas decisões.
Esse é o espírito da ética no serviço público. Ela tem seus equivalentes no setor privado. Se chefio o setor de compras de uma empresa, devo evitar contatos suspeitos com os fornecedores. Está claro que aqui surgem problemas. O maior deles diz respeito à verdade e à aparência. Posso ser amigo pessoal de alguém e, nesse caso, manter a amizade é legítimo, mesmo que suscite eventuais desconfianças.
O que deve contar é, antes de mais nada, a honestidade, não a aparência. E já aqui começo a discordar de alguns códigos de ética, que acabam mais ocupados com a aparência do que com a verdade das coisas. Mas voltarei a isso depois.
Outro aspecto essencial dos códigos de ética é o cuidado com as relações pessoais na empresa e, em especial, com os grupos que foram discriminados ao longo do tempo. Isso quer dizer, hoje, antes de mais nada, as mulheres.
Alguém viu o filme “Se meu apartamento falasse?” É uma película dos anos 60, em que Shirley MacLaine é uma ascensorista que tem um caso com o patrão. Hoje, seria um exemplo nítido de assédio sexual por parte dele – mais que isso, até de abuso sexual, porque ela é sua funcionária e, se não mantiver relações com ele, será despedida.
É muito bom que essas condutas sejam proibidas. Usar as funcionárias como estoque de abuso sexual – como já sucedeu e em alguns lugares ainda sucede com as empregadas domésticas – é inadmissível. Negar emprego a um descendente de africanos, por causa de sua cor, é intolerável. Isso significa que as empresas e o setor público estão indo além, nas exigências de decência, do que a própria lei pede. Mostra que novos padrões de relacionamento estão se consolidando, mais respeitosos da pessoa humana e do bem público.
Mas os códigos de ética têm seus problemas. Um deles está na importância que dão à aparência. Falei do caso de amizades que passam a ser suspeitas. Pede-se então que, em nome da aparência, se sacrifique a essência. Ora, um princípio básico da ética moderna é a preocupação com a verdade, em vez das imagens. Aqui os códigos de ética já se mostram mais códigos do que éticos.
Porque há um velho conflito entre a ética e o código, ou seja, entre a ética e a lei. É difícil a lei dar conta das intenções das pessoas. Nenhum guarda pára os carros que respeitaram o sinal vermelho, isto é, que estão dentro da lei, para saber se fizeram isso por respeito humano ou só por medo da multa e dos pontos na carta. Para a lei, basta que obedeçam. Mas, para a ética, isso não quer dizer nada. Se eu cumprir a lei por medo das conseqüências, meu ato não tem nada de ético.
Então, o que dizer de quem obedece aos códigos de ética? É verdade que as disposições desses códigos são, quase todas, corretas. É bom respeitar o colega e, sobretudo, o subordinado. É bom não se corromper nem favorecer situações que permitam a corrupção.
Mas os códigos de ética, na verdade, são leis disfarçadas, leis light, promulgadas por quem não tem poder para legislar (por exemplo, uma empresa, uma associação profissional) – e não são textos que decidam, de maneira cabal, sobre o caráter ético ou não das pessoas.
Não quero dizer que devamos violar os códigos de ética. Eles são, geralmente, bons. Há exceções, é claro. Durante muito tempo se entendeu que a “ética profissional” consistia em não denunciar nem mesmo criticar o colega pelos absurdos que cometesse: isso se viu muito nas profissões liberais. E é óbvio que não há conduta mais antiética do que essa!
Ainda hoje, o recente Código de Ética das autoridades federais as proíbe de se criticarem, umas às outras, em público. Acho a disposição legítima, mas é uma regra disciplinar, que não tem nada de ético, e é profundamente errado ela constar de um código com esse nome. Está mais perto das regras que regem o cerimonial da administração do que de qualquer preocupação ética.
O grande problema dos códigos de ética é o seguinte: eles podem levar as pessoas a pensar que são éticas a baixo custo. Bastará obedecermos a suas disposições e, pronto, seremos éticos. Numa sociedade que questiona inúmeras coisas, que está atravessada por dúvidas (o que é muito positivo, porque desperta a pergunta ética), um código pode ser a resposta fácil para um problema complexo. Pode calar a pergunta pela decência, em vez de dar-lhe o devido valor.
Isso eu já constatei várias vezes. Sou professor de ética e acontece de me perguntarem se uma ação é ética ou não. Ora, não é possível responder assim, sem conhecer o seu contexto e, sobretudo, as intenções da pessoa. E este é o grande alerta que devemos dar, hoje.
Provavelmente a sociedade vai continuar gerando códigos de ética, e o resultado básico é bom, sobretudo se eles decorrerem de uma ampla discussão social, porque assim se envolve todo um grupo, por exemplo, todos os funcionários de uma empresa. Mas devemos sempre deixar claro que nenhum código de ética vai fazer uma pessoa ética.
Para alguém ser ético, é preciso mais do que a obediência a uma lei, e isso por melhor que seja a lei. Ou, para terminar: numa época cheia de agências certificadoras (tipo os vários ISO, 9000, 14000 e outros), não há agência certificadora para nosso caráter ético. Ele depende só de nós, de nossa consciência, com toda a insegurança que isso possa trazer – e quanto mais insegurança trouxer, melhor, porque mostrará que estamos mesmo em dúvida diante de nós e de nossa ação.

Exame - 150 Melhores Empresas Para Você Trabalhar

A cada ano que se passa, fica claro o interesse em empresas sejam elas de que porte forem, em oferecer a seus colaboradores, melhores condições de trabalho, qualidade de vida, oportunidades.

Acompanho a publicação das 150 Melhores á 4 anos.

Claro, não sou especialista em nada, nem me considero nem perto de tal, mas como leitor e leitor com senso crítico do que leio e vejo, gosto de participar, de dar meu ponto de vista e minha opinião. Aliás, isso é o que tanto falta à população brasileira, povo que 'tolera' os mais absurdos e escabrosos percalços do sistema.

Interessante que, quando uma empresa realiza os testes avaliação de desempenho, por vezes ela trata de tentar sim, esmiuçar aquele colaborador de forma que, tire dele, todas as informações necessárias para o desenvolvimento de metas, parâmetros para o futuro.

A avaliação das 150 Melhores, os colaboradores exercem o papel de avaliador, e aí anonimamente e sendo uma estatística em uma planilha da organização, tecem o que de fato há no ambiente de trabalho e na gestão de pessoas. Acontece que por vezes esses números 'assustam' certa empresas, que acreditavam tanto, em suas políticas de gestão e qualidade.

Alguns dados da publicação de 2007:

  • ArcelorMittal: Melhor em Remuneração
  • ArvinMeritor CVS: Melhor em Estratégia e Gestão
  • Banco Real: Desafio RH do Ano
  • Citi: Melhor em Desenvolvimento
  • Cemig: Melhor das Maiores
  • Masa: Melhor em Cidadania Empresarial
  • Serasa: Melhor para Mulheres, para Executivos e em Liderança
  • Unilever: Melhor em Diversidade
  • Volvo: Melhor em Saúde

Este ano, as empresas que se destacaram pelo alto grau de complexidade de sua gestão e em itens importantes avaliados no questionário da empresa mereceram destaque no anuário. A Cemig,por exemplo, a Melhor e Maior Empregadora,é a empresa com mais de 10 000 colaboradores que tem o maior Índice de Felicidade no Trabalho (IFT). Entre as empresas com práticas completas de educação corporativa, o Citi, Melhor em Desenvolvimento, é a empresa com o maior investimento em educação corporativa no ano passado:8 058 277 de reais.A Unilever,a Melhor em Diversidade,cumpre os seguintes requisitos:tem o maior IFT entre as empresas que possuem 5% de portadores de deficiência no quadro de funcionários e programas formais de incentivo à diversidade social, racial ou de gênero.

Outra coisa é que as companhias estão focadas na meritocracia e melhoraram a maneira de avaliar, promover e dar feedback a seus funcionários. E eles reconhecem esse esforço.Tanto que deram notas mais altas que as do ano passado para questões sobre o sentimento de justiça em relação às avaliações de desempenho e aos critérios de promoção. Só reclamam do excesso de trabalho — a questão que mede a jornada no escritório teve uma nota quase 5 pontos menor do que em 2006. A sobrecarga é o recado coletivo,mas não compromete o Índice de Felicidade no Trabalho (IFT), que é a nota final das empresas. Ele aumentou quase 3 pontos e foi para 76,79 (em uma escala de 0 a 100 ). A percepção dos funcionários sobre a empresa também é alta: 82,66 pontos. Mas o índice que mais subiu em relação a 2006 foi o que mede as políticas e práticas das organizações, o IQGP: 60,12, ante 52,20. Isso considerando que o questionário da empresa ficou mais rigoroso. O aumento de 8 pontos no IQGP indica ainda que as empresas deste ano são mais sólidas e mais profissionalizadas que o grupo do ano passado (em 2007, há 42 estreantes). Para entrar na lista das 150 melhores, o critério é o valor do IFT. Este índice é resultado da composição da percepção dos funcionários sobre a empresa, que vale 70% na nota final; da avaliação das práticas, que tem peso de 25%; e da visita dos jornalistas, que são os 5% restantes. Este ano foram visitadas 220 empresas.Feitos os cálculos, as companhias são listadas em ordem decrescente do IFT — há um corte na 150a posição. Em seguida, são separadas as dez empresas com os maiores IFTs. Para compor o ranking das dez melhores — as empresas-modelo do ano — a reordenação é feita pelo IQGP, a nota relacionada às práticas. As outras 140 empresas ficam em ordem alfabética e de tamanho: pequenas (de 100 a 500 funcionários); médias (de 501 a 1 500 funcionários) e grandes (com mais de 1 500 funcionários). (fonte: http://vocesa.abril.com.br/melhoresempresas/mept_materia_abre.shtml).

Assim, ainda lendo e analisando o meu Guia das 150 Melhores para Trabalhar, sinto que em todas, e até como parâmetro para tal a FELICIDADE é instrumento guia, bússula na busca pela excelência.

Se objetivamos viver numa nação e mundo baseado no capitalismo, é necessário sim e urgente que empresas busquem formas e olhem cada dia mais para as suas: estruturas humanas, tão relegadas á meros números estatísticos.

 
Elegant de BlogMundi